domingo, 3 de maio de 2009

Blog Amargo de Boca ganhou um Award do M'Artes

Pois é... Sem dar a devida atenção e manutenção a este blog que tanto de mim precisa, acabei por ganhar um prémio do blog de artesanato M'Artes.

Pareço um administrador da Galp. Lol

Mas este tem mais valor que os deles...

M'Artes_peças de artesanato únicas!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Vila Velha de Ansiães

Numa viagem encantadora a Trás-os-montes e Beira Alta depará-mo-nos com Vila Velha de Ansiães, ou somente Ansiães (como está no mapa).

Trata-se de uma aldeia histórica que foi abandonada após a fundação de Carrazeda de Ansiães. A sinalização da estrada (depois de várias voltas para a achar) é parca e apenas indica "castelo". À entrada é visível que foi feita alguma intervenção com a construção de um edifício moderno, mas depressa nos apercebemos que ficou por aí.


Junto a essa mesma construção existe uma igreja românica (de S. João Baptista), sem telhado mas conservando a traça. Em frente a esta estão escavadas na rocha 3 sepulturas medievais em bom estado e outras duas já desfeitas. Como se vê na foto tratam-se de duas maiores (adultos?) e uma mais pequena (criança?). Todas elas foram escavadas com os pés para o leste e cabeça para oeste, como era costume de então, já que se cria que a alma ao renascer deveria estar voltada para o sol nascente. Provavelmente serão da época medieval e estariam cobertas, com certeza, pesadas lajes de cobertura.

O caminho para a porta do castelo faz-se em paralelo com um excerto de uma calçada romana (200 m.) que culmina na porta das muralhas. O interior (a cidadela do castelo) é riquíssima em vestígios de habitações ou outras estruturas cujos restos de paredes ainda são visíveis apesar da mata abundante.

Uns poucos metros acima e já junto à entrada para o castelo propriamente dito encontrámos a Ig.ª de S. Salvador de Ansiães:




Um magnífico exemplar da arquitectura românica do séc. XIII em Portugal e em bom estado de conservação (comparativamente a outras da mesma altura). O interior está repleto de estelas funerárias celtas e visigóticas que ali jazem longe do olhar do público.




Uma das portas laterais da Ig.ª encimada por uma cruz orbicular.


Pormenor da cachorrada lateral com representações antropomórficas, como um bezerro, figura humana com os braços no topo da cabeça, carneiro, etc.


O pótico da porta principal é único em Portugal e representa o cristo em majestade.



A outra outra porta lateral também com cruz orbicular.



Após alguns minutos a admirar este magnífico templo dirigimo-nos para o castelo propriamente dito. Após passarmos a entrada, o entusiasmo criado pela Ig.ª de S. Salvador desvaneceu ao vermos que do primitivo castelo apenas restavam as muralhas circundantes com algumas falhas. Uma vez mais o mato tinha-se apoderado de todo o interior e era difícil identificar as ruínas ali existentes. Arrependi-me de não ter levado a katana! Mas mesmo assim fizemo-nos ao trilho que mal se percebia e que parecia levar à parte mais alta do castelo onde outrora tinha existido uma torre e hoje, um marco geodésico.


A vista da porta principal a meio caminho da subida.

No topo nada mais que a contemplação da paisagem e a brisa (que parecia) fresca vinda de leste e mais alguns minutos de adivinhação das ruínas que existiam em redor.


Apreciação final:


Estado de conservação/limpeza: Mau


Acessos/sinalização: Maus


Estado dos monumentos: Médio









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segunda-feira, 21 de julho de 2008

Mais da Beira interior

Algo de muito raro: um forno comunitário ainda em utilização numa aldeia perto de Castelo Branco

As margens do Tejo no parque do tejo internacional, perto de Vila Velha de Ródão



À procura de ruínas arqueológicas entrámos inadvertidamente numa quinta onde encontrámos este objecto estranho deitado à beira do caminho. Parámos o carro durante uns segundos quando aparece o proprietário que nos explicou que se tratava de um fóssil de uma árvore que havia sido desenterrado quando preparavam as terras para o cultivo. Espantoso.

Encostámos à beira de uma capela algures e descobrimos nos lados deste crucifixo em pedra o escudo e, logo por baixo, o graal.




Excertos da torre do rei Wamba, rei godo que dominava estas terras.





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Morreu o sonho...ou mataram-no???

Passado um mês sobre a derrota infâme contra a Alemanha sinto-me finalmente preparado para falar sobre o assunto. Que desgraça de equipa que aparentemente vale milhões especialmente se não jogarem uns com os outros.

Quanto a Scolari, o quase-campeão, o vice qualquer coisa agradeço por ter feito a selecção chegar tão alto como nunca (mas não ao topo). Enfim, o Chelsea que faça bom uso.

Espero que fique o espírito vencedor para o próximo campeonato.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Será que é desta??????

Espero que seja desta que lutamos, lutamos e conseguimos trazer a taça.

Força Portugal !!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Logótipo do Amargo-de-Boca


Apresento aqui em primeira mão o novíssimo logótipo deste blog. Eu não tenho jeito nenhum para imagens por isso a minha namorada teve a iniciativa de me criar um. Aventurou-se num desses programas de edição de imagem e criou esta imagem muito fixe que representa na plenitude este blog. Os comentários são bem vindos.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Monsanto e a ligação às raízes lusitanas




Monsanto, "a aldeia mais portuguesa de Portugal" mereceu esta designação do regime salazarista numa tentativa de enaltecer o sentimento nacionalista. E a placa ainda lá está! Mas para mim conhecer esta aldeia foi mais que isso. É um local de uma mística inesquecível o que faz jus ao nome que lhe foi atribuído de "monte santo". Eu fui lá no verão com um calor abrasador (típico daquela zona do país) mas, segundo li, é um local ainda mais bonito no inverno. Localizada num afloramento granítico que se eleva a mais de 500 m. do solo, a aldeis de Monsanto foi desde sempre um local estratégico de defesa e, simultaneamente, um local divino, ainda antes do nascimento de Portugal. É de resto um penedo que é visível a km de distância como podem ver por uma das fotos que inseri. Ao que parece, no inverno, Monsanto fica diversas vezes acima das nuvens parecendo uma ilha sobre um mar branco. A imagem que me aparece no cérebro é a de um quadro de Lima de Freitas (cujo nome não me recordo mas que parece retirada de um conto do fantástico) em que uma fortaleza repousa numa ilha que paira no céu. Enfim...
A visita a Monsanto é inesquecível e está muito bem organizada sendo-nos sugerido deixar o carro no sopé do penedo antes da entrada para a aldeia (embora algumas almas mais resistentes não o respeitem...). Assim fiz. Debaixo de 40 graus eu e a minha namorada decidimos que a experiência monsanto devia ser vivida com as pernas e com a pele. Não me recordo onde mas foi-nos dado um panfleto que sugeria 2 percursos pedestres que resultavam numa circunferência em torno da aldeia, subindo até ao castelo templário e descendo pela encosta da montanha até estarmos de novo na aldeia. Na subida passamos pelo casario de pedra que se mantém quase inalterada. As casas estavam integradas no granito da encosta e ainda eram perceptíveis algumas das pecuárias e celeiros deixados pelos primitivos habitantes deste castro pré-lusitano.
A meio caminho da encosta à porta de uma das casas de pedra estava uma senhora a vender umas bonequinhas de pano com vestidos em quadrículas vermelhas ou azuis, cuja estrutura era uma cruz, as Marafonas. A senhora explicou-nos que se tratava de um ritual com origens remotas em que as mulheres de Monsanto subiam em romaria (não católica) até à muralha este do castelo no topo da montanha apenas para atirarem as ditas bonecas para o sopé da montanha junto à capela de S. Pedro de vir-a-Corça. Este ritual foi banido pela igreja católica e as mulheres tiveram de incorporar a cruz na coisa. Ainda que muito raro esta tradição ainda é cumprida por alturas de Maio aquando as festas da aldeia. Segundo apurei as bonecas são consideradas símbolos de fertilidade: eram colocadas na cama dos noivos, na noite de núpcias (é por isso que, diz-se, não têm olhos para observar os momentos mais íntimos nem boca para os descrever...). A população atribui-lhes também a virtude de afastar as trovoadas, mau-olhado e até raposas.
Após este episódio continuámos a subida até ao castelo e monumentos limítrofes. No fim após 3 horas a andar sob um sol daqueles e com escaldões e sede, retornámos à aldeia para nos refrescarmos numa fonte de água fresca em que apetecia mergulhar.





No topo no penedo existe um planalto irregular onde se situa o castelo, uma cisterna, e umas cavidades no granito em forma de figura humana que, segundo se sabe, eram pias de sacrifícios a deuses pré cristãos. Sacrifícios humanos em que o sangue tinha especial importância já que entre cada cavidade fora esculpido um veio por onde o sangue ou unguentos deveriam correr pela montanha abaixo.
A capela da foto é a capela de S. Miguel a qual estava infelizmente fechada. Antes deste templo românico ter sido construído pelos templários existia no mesmo local um santuário ao deus Endovélico o qual era adorado pelos pré-lusitanos.

Os milénios de erosão fizeram as lajes de granito adquirir formas fantásticas.




Esta pedra gigantesta é chamada de "cabeço do velho".



Na base da montanha existe a capela de S. Pedro de Vir-a-Corça, datada do séc. XI e situada num local que se presume mágico. A capela está ladeada por carvalhos e lajes de granito imensas. Eram patentes os restos de uma festa popular que ali tinha ocorrido não há muito tempo.

Em frente da capela existe esta ermida, construída por debaixo de um conjunto de lages e tem, no seu interior, pouco mais que 2 m2. Por cima da ermida encontrámos mais das tais cavidades que havíamos visto junto ao castelo. Talvez este tivesse sido também um local de sacrifícios ou rituais.

Este local envolve uma outra lenda, segundo a qual o ermita Amador (religioso), que há muito vivia na gruta perto do campanário, encontrou um recém-nascido abandonado; sem nada para lhe dar de comer, pediu auxílio a Deus; então surgiu uma corça, que amamentou a criança até ela poder alimentar-se de frutos e ervas, a mesma dieta seguida pelo pobre eremita. Soa à lenda de Rómulo e Remo.







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sábado, 24 de maio de 2008

Sintra

Desde sempre um local mágico esta serra resulta de um afloramento granítico provocado pela falha sísmica de Lisboa. Associa a beleza natural da vegetação e paisagem à riqueza patrimonial que proporcionam fotografias fantásticas.


Ao me aventurar numa das estradas da serra deparei-me com uma espantosa mata de cedros. O cheiro era enebriante.

As tonalidades do sol a entrar pela serra dentro





Vila de Sintra vista do Castelo dos Mouros

Castelo dos Mouros


Esta árvore era uma presença especial. um eucalipto já morto num dos pontos mais altos do Castelo dos Mouros. Da última vez que lá fui tinham-no cortado.




Santuário da Peninha e capela de S. Saturnino (séc. XI)
Outro lugar especial apesar do abandono. Quando a serra se encontra com o mar.




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Praia dos olhos de água

Fazer praia na zona de Lisboa tem coisas muito chatas como as horas intermináveis de fila mas às vezes o sítio onde se chega apaga tudo. Foi já há alguns anos que descobri esta praia que quanto a mim tem um dos melhores pôr do sol que já vi. O privilégio de a nossa posição geográfica nos proporcionar o sol a pôr-se no mar todos os dias, todos os anos, é inegualável. Nesta praia em especial o pôr do sol tem uma beleza indescritível e arrisco-me a dizer que é mais bonito no inverno. Deixo estas fotos tiradas em novembro.





Momentos de uma travessia do Tejo

Num dia quente de Agosto meti um dia de férias e fui cedo apanhar o barco a Belém para ir ter com o meu amor à praia. Eram 9:30 e nunca tinha visto a luz do sol àquela hora sobre o Tejo. Fiquei maravilhado com a beleza de Lisboa com as alforrecas e com o próprio rio, que há já algum tempo não sentia tão próximo. Achei que aqueles 25 minutos deviam ficar para a posteridade e saquei do telemóvel pois queria captar parte daquilo que estava a ver...