quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Vila Velha de Ansiães

Numa viagem encantadora a Trás-os-montes e Beira Alta depará-mo-nos com Vila Velha de Ansiães, ou somente Ansiães (como está no mapa).

Trata-se de uma aldeia histórica que foi abandonada após a fundação de Carrazeda de Ansiães. A sinalização da estrada (depois de várias voltas para a achar) é parca e apenas indica "castelo". À entrada é visível que foi feita alguma intervenção com a construção de um edifício moderno, mas depressa nos apercebemos que ficou por aí.


Junto a essa mesma construção existe uma igreja românica (de S. João Baptista), sem telhado mas conservando a traça. Em frente a esta estão escavadas na rocha 3 sepulturas medievais em bom estado e outras duas já desfeitas. Como se vê na foto tratam-se de duas maiores (adultos?) e uma mais pequena (criança?). Todas elas foram escavadas com os pés para o leste e cabeça para oeste, como era costume de então, já que se cria que a alma ao renascer deveria estar voltada para o sol nascente. Provavelmente serão da época medieval e estariam cobertas, com certeza, pesadas lajes de cobertura.

O caminho para a porta do castelo faz-se em paralelo com um excerto de uma calçada romana (200 m.) que culmina na porta das muralhas. O interior (a cidadela do castelo) é riquíssima em vestígios de habitações ou outras estruturas cujos restos de paredes ainda são visíveis apesar da mata abundante.

Uns poucos metros acima e já junto à entrada para o castelo propriamente dito encontrámos a Ig.ª de S. Salvador de Ansiães:




Um magnífico exemplar da arquitectura românica do séc. XIII em Portugal e em bom estado de conservação (comparativamente a outras da mesma altura). O interior está repleto de estelas funerárias celtas e visigóticas que ali jazem longe do olhar do público.




Uma das portas laterais da Ig.ª encimada por uma cruz orbicular.


Pormenor da cachorrada lateral com representações antropomórficas, como um bezerro, figura humana com os braços no topo da cabeça, carneiro, etc.


O pótico da porta principal é único em Portugal e representa o cristo em majestade.



A outra outra porta lateral também com cruz orbicular.



Após alguns minutos a admirar este magnífico templo dirigimo-nos para o castelo propriamente dito. Após passarmos a entrada, o entusiasmo criado pela Ig.ª de S. Salvador desvaneceu ao vermos que do primitivo castelo apenas restavam as muralhas circundantes com algumas falhas. Uma vez mais o mato tinha-se apoderado de todo o interior e era difícil identificar as ruínas ali existentes. Arrependi-me de não ter levado a katana! Mas mesmo assim fizemo-nos ao trilho que mal se percebia e que parecia levar à parte mais alta do castelo onde outrora tinha existido uma torre e hoje, um marco geodésico.


A vista da porta principal a meio caminho da subida.

No topo nada mais que a contemplação da paisagem e a brisa (que parecia) fresca vinda de leste e mais alguns minutos de adivinhação das ruínas que existiam em redor.


Apreciação final:


Estado de conservação/limpeza: Mau


Acessos/sinalização: Maus


Estado dos monumentos: Médio









Ver mapa maior

1 comentário:

MartaDias disse...

como qualquer outro património nacional, está em avançado estado de degradação e ruína.... o k é mto triste, mas... teremos smp a magia dos gafanhotos para relembrar

jks
^_^